Vick jovem, linda, solta. Vick já nasceu mulher, e sabia sê-la como nenhuma outra.
Lembro do dia em que conheci Vick: sentadas na sacada da casa de praia da mãe do Fabinho, tomando caipirinha e fumando escondido. Entre gargalhadas, o que mais me chamou atenção nela não foram os olhos muito claros e vivos com olheiras em torno, mas seu cheiro: tinha cheiro de frescor.
Gosto mesmo de lembrar-me dela naquela noite em que nós duas matamos uma garrafa de conhaque enquanto escutávamos Chico e discutíamos sobre a modernidade, existencialismo e um possível ataque alienígena. Vick sempre acreditou em extraterrestres e dizia que ninguém a entendia; eu apenas sorria, deixando que a loucura dela me fizesse acreditar em outros mundos, seres e universos.
Acontece que certo dia banhado a fumaça e chá, Vick evaporou.
Há quem diga que ela se perdeu, mas a verdade é que, neste exato dia, no meio de suas viagens intergalácticas, interdimencionais, ou como queira chamar, Vick conheceu um universo tão maravilhoso que resolveu não voltar mais.
Há também quem chame isso de loucura, eu chamo de realidade. Vick encontrou a realidade a qual ela pertence. Isso que conhecemos como sendo real sempre foi pequeno demais pra ela.
Que saudade da Vick!
Texto inspirado no título http://livredosconceitos.blogspot.com/2011/08/vick-vaporup.html
da Ana T.
adorei!!!!
ResponderExcluirO título ficou genial!
que delícia de texto!
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