A gente dividiu um cigarro uma vez.
Estava um frio, uma garoinha fina... sua voz mansa, num passo apressado, me pediu um cigarro.
Sentou-se ao meu lado, me ofereceu erva.
Acho que ficamos por uns 20 minutos falando sobre coisas banais.
Mas ela era tão linda que eu tinha vontade de ficar parada
olhando pra ela.
Como quando nos tornamos crianças e observamos o vermelho pela primeira vez.
Não me lembro como foi a primeira vez que vi o vermelho ou outra cor, mas imagino que deve ter sido assim
como mergulhar no doce mar de mariana.
Também não sei mergulhar, mas comparo à sensação de observar mariana:
com fumaça de cigarro que amarga a boca
e escorre deliciosamente pelos lábios vãos.
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