Ela sentia muito a falta dele. Afinal foram 245 dias se vendo todos os dias, compartilhando experiências, vivendo madrugadas afora e vendo amanhecer o dia; foram dias banhados com boas conversas, muita fumaça, alcool e até algumas confissões em meio muitas outras risadas e sorrisos. Não havia como não sentir falta disso, então, ao vê-lo online, quis contar dessa falta que ele fazia, e que agora era ainda maior, embora não chegasse a se transformar em saudade, mas que crescia devido à disctância de um dia que os separavam.
"sinto sua falta!", ela escreveu antes de perguntar se ele estava feliz (embora essa pergunta não fosse passível de resposta para ela).
"eu também!!! sonhei com você esses dias..." ao ler essa resposta inesperada, ficou sem saber o que responder.
ele havia sonhado com ela, e ela nunca havia sonhado com ele.
o exato momento em que a disparidade dos sentimentos (mais uma vez) se revela.
o momento mais cruel para a menina. (menina, pois era assim que se sentia).
Não sabia o que responder, nunca sequer lembrava-se dos seus sonhos, embora sonhasse toda noite e manhã, mas sabia que nunca havia sonhado com ele.
Talvez ele pensasse nela durante o dia, mais do que ela nele, mesmo porque, ela mau pensava nele ou em qualquer outra pessoa que conhecesse.
Pensou, mais tarde, que talvez fosse a distancia que o obrigava a pensar nela, como uma forma de se aproximar mais da terra natal de onde viera. Sentiu-se assim, confortada, e respondeu-lhe com qualquer onomatopéia de som carinhoso, sem perguntar o conteúdo do sonho, pois, bom ou ruim, o sonho em si a assustava.
depois que ele desligou o notebook, ela releu a conversa e confirmou que ele, de fato, havia sonhado com ela, e, naquele momento, embora nunca houvesse sonhado com ele, ela o amou.
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