quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Ocaso

O Sol havia ido embora e as nuvens que estavam rosas ficaram acinzentadas e depois cinzas.
As pessoas ao redor observavam, mas não entendiam. Nem mesmo ela, ela que é sem nome, compreendia, mas sentia.
Percebe quão bucólico é o momento em que termina um e inicia outro? Como é difícil descrever a sensação de perder a luz que havia...
Bucólico. Talvez seja a melhor palavra para descrever o que sente alguém ao desprender-se do rosa e mergulhar no cinza e escuro das nuvens que não mais são banhadas pelos raios do Sol.
A noite é sedutora e até riria dessa vã e eterna melancolia que envolve o momento do abandono do dia e desbravamento da noite desconhecida, onde tudo é novo, mas nada é teste, tornando tudo perigoso.
Quem se arrisca a viver no novo? E por que deveria?
Acontece que os anos passam e os olhos não enxergam mais tantas cores, só o que salta aos seus olhos agora é cinza. A cinza escura do pouco que sobrou dos restos de tudo aquilo que você havia juntado ao longo da vida.
Todo ser humano começa dia e termina noite.
Você de remendos que agora é noite e não mais dia, ouça e medita no que digo: somente aquele que se entrega inteiramente à noite pode conhecer a luz da Lua, e fazer da sua noite seu dia, portanto entregue-se à loucura, SUA loucura.

Um comentário:

  1. sã não é a noite, começa em luz e termina em dia. ao sol aparece o zé, o anjo que não tem pressa, o zé que não é ninguém.

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