quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Testamento

Como é difícil o teatro da vida.


Hyuro

"Não faço versos de guerra.
Não faço porque não sei.
Mas num torpedo-suicida
Darei de bom grado a vida
Na luta que não lutei!"
Manuel Bandeira, Testamento.

A vida é feita de ato.
A vida é um espetáculo.
E como todo bom teatro, máscaras não faltam.
A vida é construída por máscaras.

“- Muitas máscaras, por favor!”

Mais máscaras do que personagens.

“- Tragam muitas máscaras. Apesar de ser apenas um ator, interpreto muitos personagens
E em meio tantos acontecimentos diferentes
Em meio esse tempo de enganos e controvérsias
Sinto que precisarei de muitas mais máscaras além das que carrego comigo.
Tragam muitas máscaras, 
mas peço, por favor, não tragam aquela grande mascara.
Aquela mascara fatal, por favor, ainda não tragam.
Sinto que ainda é cedo em meio tantas máscaras mais que pretendo usar.
Deixe que a máscara que não sabemos conceber - a mascara que não podemos ver – caia sobre meu rosto no melhor momento.
Guardem a máscara invisível para substituir aquela serena que está por chegar.
Que a a atriz saiba incorporar a máscara final para dançar o musical que embala a vida.”

Máscara e atriz se misturem e dissolvam-se em uma só poeira.
Presas .
Soltas .
Existentes no que ainda há.
Insistentes no haver.

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